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Você já fez essa pergunta a algum professor ? Talvez você pense “eu não, seria muito estranho”. Saiba, na verdade, que isso pode ser uma baita mão na roda pra vocês dois.
Assim como você, seus professores têm expectativas para o que vai rolar na hora – e depois – da aula. Muitos se preparam imaginando as reações que seus alunos terão ao que será proposto e, como não pode prever o futuro, muitas vezes vêm as coisas tomando um rumo bem diferente do que tinham em mente.
Mas se é assim, como e por que ele se arrisca a supor a postura de seus alunos?
Da mesma forma e pelo mesmo motivo que todos fazemos no dia a dia, ainda que inconscientemente! Ele se baseia em padrões de comportamento e em valores comuns, a fim de aperfeiçoar o que fará e se sair bem diante de situações difíceis.
A boa notícia é que você está entre os beneficiados nessa história. Quanto melhor o professor se prepara para trabalhar com você, melhor ele pode corresponder às suas necessidades e orientá-lo no seu desenvolvimento. Para entendermos melhor como isso acontece, veremos dois valores que mudam as coisas em sala de aula.
Lembre-se, porém, que o objetivo não é definirmos quais valores são sempre certos ou melhores, mas aprender a usá-los em benefício do aprendizado, está bem?
Valores comuns
Muito difundido em nossa sociedade, o primeiro é a ideia de que o professor deve dizer o que tem que ser feito e os alunos apenas seguirem suas instruções. No entanto, como veremos adiante, sua atuação pode ser muito diferente, com resultados bem mais valiosos.
Um segundo é a noção de que o professor é detentor de conhecimento e responsável por sua divulgação, pondo nas mãos dele a responsabilidade pelo aprendizado no curso. Agora, pensando assim, que resultado muitos alunos têm? Sem nenhuma surpresa, encontram dificuldade em progredir de maneira satisfatória, pois estão “presos” ao sucesso ou dificuldades dos professores. Afinal, se tornam alunos que vão pra aula com pouquíssima preparação ou proatividade. Mas isso também pode mudar.
Antes de ver nossas reflexões a esse respeito, procure analisar esses dois valores. O que você pensa a respeito?
Padrões de comportamento
Antes de pensarmos em quais valores poderiam pôr nas mãos dos alunos o sucesso de suas aulas, vejamos padrões de comportamento que também dão indícios ao professor de como se preparar para o que vai enfrentar em sala.
Numa “Lista I”, colocaremos (1) o hábito de revisar ou antecipar conteúdos, (2) a disposição em fazer perguntas e mostrar suas conclusões, (3) a prontidão em realizar atividades de sala e de casa, (4) o interesse por assuntos despertados em aula, (5) o uso de palavras gentis para com o professor e os colegas e (6) o hábito de registrar as informações, em meio eletrônico ou não. Ainda que um estereótipo de aluno venha à sua mente, procure apenas pensar em uma pessoa comum, que se empenhe em tomar essas atitudes regularmente.
Numa “Lista II”, também sem cairmos em estereótipos, pense em alguém com atitudes opostas: a despreocupação com os conteúdos e informações das aulas, o não cumprimento de atividades, o linguajar não empático…
Diante das duas listas, que apresentam comportamentos comuns a muitos alunos, como você se prepararia no lugar de um professor? Para melhor visualizar a cena, use a tabela abaixo.

Para refletir: Como os padrões de comportamento têm se aplicado em seus estudos ?
No seu ponto de vista, que posturas deixam o professor mais motivado para caprichar nas atividades preparadas? O que você acredita que um professor conclui quando se depara com posturas dessas listas?
Talvez alguns leitores se perguntem agora: você está tentando me empurrar um “estereótipo de bom aluno?”. A resposta é, na prática, simples. Assim como não há só um perfil de bom professor, não há um só “tipo de bom aluno”! Ambos são singulares, com pontos fortes e fracos. Infelizmente, nem todos procuram tomar consciência disso para usá-los a seu favor. Ademais, ninguém consegue saber o que realmente está se passando por trás de uma atitude ou palavra, mas você pode, se quiser, tornar a comunicação com seu “sócio de aula” mais eficaz.
Convenhamos: se olhássemos para as pessoas com frieza, tentaríamos encontrar uma fórmula para encaixá-las em sala de aula com perfeição. No entanto, sairíamos frustrados ao perceber que são os fatores internos (às vezes discretíssimos) que motivam suas ações, as quais trazem resultados correspondentes. Por essa razão, as listas que lhe propus servem apenas para a reflexão, não para alguma categorização. O que é mais necessário entre aluno e professor é que procurem entender as necessidades e o perfil um do outro, pois assim poderão trabalhar melhor juntos. E agora, provavelmente você já encontrou a resposta para a pergunta que nos trouxe a esse artigo.
Por fim, dedique um tempinho esta semana para observar a si mesmo e descobrir como pode investir em seu perfil como aluno. Em seguida, aproveite suas aulas e veja de que forma seu investimento lhe traz resultados.